Tu perguntas, e eu não sei,
eu também não sei o que é o mar.
É talvez uma lágrima caída dos meus olhos
ao reler uma carta, quando é de noite.
Os teus dentes, talvez os teus dentes,
miúdos, brancos dentes, sejam o mar,
um mar pequeno e frágil,
afável, diáfano,
no entanto sem música.
É evidente que minha mãe me chama
quando uma onda e outra onda e outra
desfaz o seu corpo contra o meu corpo.
Então o mar é carícia,
luz molhada onde desperta
meu coração recente.
Às vezes o mar é uma figura branca
cintilando entre os rochedos.
Não sei se fita a água
ou se procura
um beijo entre conchas transparentes.
...
Poema escrito por Eugénio de Andrade
Hoje está um dia chuvoso de Outono, falar de mar e de praia talvez provoque "arrepios de frio", mas eu gosto do mar mesmo nos dias de Outono.
Mas hoje fiquei em casa a "blogar"! E alterei o "Template" e as cores do "blog"!