De Amigo a 17 de Dezembro de 2005 às 17:39
Mensagem do 1º de Dezembro
>
>Neste 1º de Dezembro passam 365 anos sobre a data em que o povo
>português
>pegou em armas para reafirmar a sua independência.
>São tantos anos quanto os dias do calendário, e que nos convidam a um
>balanço da vida nacional.
>Enquanto à nossa volta, a natureza faz cair as folhas de Outono e
>assistimos a efémeras agitações políticas, devemos auscultar as
>expectativas mais profundas dos portugueses, tal como o fizeram os
>Restauradores de 1640.
>
>Durante este ano, no território continental e nas regiões autónomas,
>visitei numerosos concelhos, quer a convite das autoridades locais, quer
>das Reais Associações e outras personalidades.
>Vi progressos económicos que, infelizmente, nem sempre respeitam essas
>outras riquezas que são o nosso património natural e arquitectónico.
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>Mas também tive a oportunidade de ver que o Estado gasta parte dos
>nossos
>recursos em obras de luxo de país rico, enquanto continuamos a ter um nível
>de desenvolvimento humano próximo de alguns países, com os quais não
>gostaríamos de nos comparar.
>Não podemos gastar como se fossemos um país do "Primeiro Mundo" e ter uma
>formação, uma educação e um estilo de vida próximo do "Terceiro Mundo".
>Ou seja, gastamos como ricos e trabalhamos como os países pobres, de uma
>maneira desorganizada e com falta de planificação.
>Num ano de confrontos com minorias étnicas e religiosas em França, visitei
>em Portugal Associações de Solidariedade Social que realizam um bom
>trabalho de integração de jovens já nascidos em Portugal.
>Considero muito importante o apoio destas instituições na educação da
>chamada terceira geração e creio que todos deveriam ajudar esses jovens,
>seja por solidariedade, seja por prudência.
>
>Tal como em anos anteriores, realizei viagens e visitas de
>representação ao
>exterior, por vezes com minha mulher, viagens que, é oportuno referi-lo,
>jamais custaram um único euro ao erário nacional.
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>Na Europa Central, a convite dos governantes, visitei a Bulgária e a
>Sérvia-Montenegro onde tive contactos com a população.
>São países que aspiram a integrar-se na União Europeia: mas nas suas
>bandeiras e escudos restabeleceram as coroas nacionais, como já sucedera na
>Rússia, Polónia e Hungria. Afirmam assim a vontade de iniciar um novo ciclo
>histórico, sem perda de identidade.
>Por convite dos respectivos Governos Regionais, visitei a região da Galiza
>e a cidade autónoma de Ceuta.
>Em ambas fui muito bem recebido e testemunhei o apreço que essas regiões
>espanholas têm para com o Herdeiro dos Reis de Portugal.
>
>Visitei Comunidades Portuguesas na Bélgica, França, Luxemburgo, Suíça e
>Estados Unidos, e mantive contactos com personalidades desses países.
>São 4 milhões e meio de portugueses que lamentam que o português não seja
>uma língua ainda mais internacionalizada, devido à falta de uma grafia
>uniforme entre portugueses e brasileiros.
>
>
>
>
>Devemos bater-nos para que a língua de Fernando Pessoa e Luís de
>Camões, a
>língua de Gilberto Freyre e de Jorge Amado, a língua de Craveirinha e
>Luandino seja língua de trabalho na Organização das Nações Unidas.
>
>Entretanto, o calendário nacional é marcado pela aproximação das
>eleições
>presidenciais de 2006.
>Em primeiro lugar, saúdo os candidatos presidenciais. Desde 1976, o cargo
>de Presidente tem sido desempenhado por personalidades dignas e com provas
>públicas dadas.
>Teoricamente, o cargo é uma instituição democrática para a qual qualquer
>cidadão nacional pode ser eleito e permite ao eleitorado uma importante
>decisão sobre o nosso futuro.
>Mas apesar do formalismo da Constituição, só é candidato viável quem
>atingiu o topo de uma carreira político-partidária, promovido pelos
>aparelhos partidários, dificilmente encontrará independência fora deles.
>Em segundo lugar, congratulo-me que nas Comissões de Apoio dos candidatos
>mais destacados participem monárquicos convictos, tal como me congratulo
>que muitos outros permaneçam de fora.
>Para mim, isso significa que a ideia de monarquia se tornou transversal ao
>sistema político.
>
>
>Como tive ocasião de afirmar "Os portugueses devem perceber que a
>proposta
>dos monárquicos não é de "derrubar a República" e as suas instituições
>democráticas, mas sim de "dar um Rei à República."
>E agora acrescento que o nosso objectivo deverá ser a "democracia real", a
>democracia presente aperfeiçoada pela
>identidade histórica e pelas expectativas de um Portugal mais justo.
>Em terceiro lugar, e pensando no art.º 288 da Constituição que impõe "a
>forma republicana de governo", quero agradecer publicamente a todos quantos
>se têm batido nas Revisões Constitucionais - na de 1982, de 1992, de 1996,
>de 2004 - para que desapareça esse "ferrolho ferrugento".
>Em Abril de 2004, em sede de revisão constitucional, 108 deputados - contra
>89 - votaram a favor da eliminação do "ferrolho" constitucional,
>aproximando-se bastante da maioria necessária de 2/3.
>Em representação de todos os deputados que ao longo destes anos continuam a
>apoiar esta causa, destaco, por já falecidos, os nomes de José Luís Nunes,
>Nuno Abecassis, e Francisco Sousa Tavares.
>
>
>
>
>Como herdeiro dos Reis de Portugal, continuo disponível para os grandes
>desafios colocados aos Portugueses, para servir a Pátria e para garantir a
>democracia através da instituição real.
>Um Rei representa não só o Estado democrático, de que é o garante, mas a
>Nação de cujos interesses permanentes é o guardião.
>Creio - e cada vez mais acompanhado me sinto - que a mais valia das
>instituições republicanas diminui à medida que se consolida a democracia e
>novas ameaças surgem em Portugal.
>
>Não vou insistir que as instituições republicanas nasceram sob o signo
>do
>sangue de D. Carlos e D. Luís Filipe de Bragança. Sobre esse sangue
>derramado no Terreiro do Paço, erigiu-se a República e os seus primeiros 16
>anos de instabilidade seguidos por 48 anos de ditadura também republicana.
>Cortado brutalmente o fio condutor da evolução para formas superiores de
>liberdade e realização histórica, Portugal afastou-se do progresso político
>das nações politicamente mais felizes da Europa.
>Sabemos hoje que esse atentado terrorista da Carbonária merece a esmagadora
>repulsa do povo português.
>Conforme sondagem recente, 76.5 % da população considera-o "um crime
>horroroso", 18,8% "um mal necessário" e 4,6% "uma coisa boa para o país".
>
>Aproximando-se mais um aniversário do regicídio, quero exprimir o meu
>profundo repúdio pela violência e pelo terrorismo como forma de afirmação
>política, em qualquer parte do mundo.
>A 1ª República destronou o Rei mas a Democracia e a defesa da Res publica
>jamais foi o programa dos que a si próprios se designavam por
>"democráticos" e "republicanos".
>
>O regime implantado em 5 de Outubro de 1910 instituiu, em rigor, o
>"governo
>de uma plutocracia contra os interesses de uma grande massa de deserdados".
>Na 2ª República, ou Estado Novo, governou um homem solitário; a
>representação política seguiu o modelo do partido único.
>A oposição emocional entre república e monarquia, como o ainda faz certa
>propaganda republicana, tem pouco sentido no mundo actual da democracia.
>
>Causa estranheza falar de "ética republicana", quando existe uma só
>ética
>universal, expressa pelas religiões e pela moral nos princípios da
>liberdade, justiça e compaixão.
>Os velhos mitos da propaganda republicana são como um feitiço que se vira
>contra o feiticeiro.
>Recentemente, uma publicação nacional demonstrou que, conforme os
>Orçamentos de 2005, o Rei de Espanha receberá 7,8 milhões de Euros enquanto
>ao Presidente português cabem 13,32 milhões de Euros.
>A Casa Civil portuguesa gasta mais 41,7% do que a Casa Real espanhola.
>Contas feitas ao PIB e à população, a Presidência da República portuguesa
>custa dezoito vezes mais por habitante que o Rei de Espanha!
>Nós preferimos naturalmente Portugal, mas decerto que não é por este
>motivo!
>
>Tenho apelado na comunicação social, nacional e internacional que
>vivemos
>um tempo de vésperas, um tempo de novos desafios a enfrentar com novas
>soluções...
>
>
>
>
>Na actual globalização das actividades económicas e financeiras, da
>tecnologia e da informação, o modelo clássico do Estado republicano
>atravessa uma profunda crise porque não responde às aspirações de
>identidade nacional.
>Os especialistas têm demonstrado esta crise em poucas palavras.
>E como creio que disse Albert Einstein, "os problemas de uma sociedade não
>podem ser resolvidos ao nível das soluções que os criaram".
>Os mercados nacionais, isto é, os espaços económicos protegidos do exterior
>que se afirmaram no passado, já não passam de sobrevivências, sem
>significado decisivo, a não ser para as pequenas empresas.
>O espaço económico europeu está aberto à maior parte das empresas que no
>caso das multinacionais que operam em Portugal, até preferem
>deslocalizar-se para Espanha.
>É cada vez maior o grau de autonomia dessas grandes empresas em relação às
>políticas definidas pelos governos dos Estados nacionais.
>Os Estados Europeus perderam o poder de cunhar moeda - como o escudo da
>República em Portugal - e de controlar os instrumentos das politicas
>monetárias, e vêem a sua liberdade orçamental gradualmente limitada.
>
>
>Com a abertura das fronteiras, têm dificuldades nas políticas fiscais e
>no
>domínio da redistribuição, para já não falar das dúvidas sobre a evolução
>do Estado Providência, e sobre a capacidade para garantir o pleno emprego.
>O declínio das prerrogativas nacionais é patente nas áreas da informação,
>da comunicação e da cultura.
>As novas tecnologias mudaram as fronteiras.
>À escala mundial afirma-se uma cultura mediática que condiciona todas as
>culturas nacionais.
>Se a isto somarmos a internacionalização do crime organizado, o terrorismo,
>o tráfico de armas e de drogas, a proliferação nuclear, as questões
>ambientais e os fluxos migratórios, conclui-se que se reduziu de forma
>drástica a margem de manobra dos Estados europeus, nos planos interno e
>externo.
>Muitos dos domínios de acção que no passado estavam reservados à soberania
>nacional deram lugar a uma soberania partilhada e a um processo de
>integração que parece incontornável.
>Ao mesmo tempo, constato que as monarquias europeias se encontram entre os
>Estados mais desenvolvidos do mundo, conforme relatórios da OCDE e das
>Nações Unidas.
>Não afirmo que um rei resolve tudo; afirmo, sim, que um rei é sinal do
>caminho das boas soluções.
>
>No país e no mundo, surgem novos movimentos de revitalização regional,
>de
>revalorização dos poderes locais e de fascínio pelas singularidades
>culturais e pelas identidades territoriais.
>Cada Povo sente a necessidade de contrabalançar o esvaziamento do papel do
>Estado pela afirmação da sua identidade, entendida como realidade
>sociológica gerada a partir do património histórico e cultural da Nação.
>A rejeição do Tratado Constitucional Europeu, contra a opinião das elites
>governantes, teve muito a ver com isto.
>Com todo o respeito, não se trata de problemas para um Presidente da
>República.
>São problemas de uma outra escala; de como iniciar uma nova época histórica
>e de criar pontes entre civilizações.
>
>O nosso país merece um novo protagonismo nesta nova época.
>É neste contexto que a democracia real ganha cada vez mais adeptos em
>Portugal.
>Um dos desafios que se colocam aos portugueses é o de melhor utilizarem o
>seu sentimento identitário, em nada contraditório com a sua integração
>europeia, a sua pertença lusófona e a sua presença atlântica.
>
>
>Das últimas eleições presidenciais, conhecemos a elevada abstenção e a
>ausência de participação popular.
>Destas, só conhecemos ainda a falta de recenseamento dos jovens até 21 anos
>(só 30% se recensearam), que não recebem qualquer educação para a
>cidadania.
>Sendo ponto assente, em democracia, que o eleitorado tem sempre razão,
>então a maioria do Povo não se revê na imagem que a chefia do estado
>republicano tem dado de si própria.
>E isto não pode deixar de constituir matéria de reflexão política para o
>futuro.
>
>Os enormes desafios que se colocam ao País exigem mais do que nunca um
>Chefe de Estado que seja o representante simbólico da identidade nacional,
>o garante da coesão e um factor de união entre todos os portugueses, a
>instância suprema capaz de imprimir ao Estado o sentido permanente da
>prossecução do interesse nacional.
>Tenho para mim que só a figura de um Rei pode ser referência indiscutível
>para a Justiça, para a Defesa Nacional, para as Relações Externas, para a
>Administração Pública.
>
>Julgo que os monárquicos aprenderam a lição. Um Rei não se deixa
>envolver
>em querelas partidárias.
>
>
>Se os Partidos Políticos são o "sal e pimenta" das democracias, e da
>liberdade de expressão, alguém tem de estar aparte deles - os Tribunais - e
>acima deles - o Rei, mantendo a chama da Identidade Nacional, tão
>importante num mundo cada vez mais globalizado e culturalmente
>indiferenciado.
>
>A magistratura de influência, não se resolve com a figura passageira de
>um
>Presidente da República; o nosso modelo constitucional semipresidencialista
>confere-lhe poderes demasiados para intervir no governo mas não lhe dará
>nunca a distância nem a imparcialidade suficiente perante os portugueses.
>
>Por isso, a instituição real que durante oito séculos corporizou a
>identidade nacional surge, enquanto referência moral e histórica, como uma
>solução política de normalidade constitucional a merecer cada vez mais a
>reflexão nacional.
>Nesta nova fase de democracia consolidada mas de independência ameaçada,
>Portugal precisa de um Chefe de Estado que tenha a consciência que somos
>Europeus, Atlânticos e Lusófonos, nesse verdadeiro triângulo estratégico,
>referido há cem anos por um dos mais puros paladinos monárquicos do séc.
>XX, o então capitão Henrique de Paiva Couceiro.
>
>
>
>Comecei por afirmar que os anos que passam consolidam o prestígio das
>nações.
>Mais ainda no caso de uma Pátria como Portugal.
>Neste sentido queria concluir anunciando duas novidades, em meu nome e da
>Duquesa da Bragança.
>Em primeiro lugar, anuncio a intenção de criar em 2006 um "Prémio" que
>recompense os talentos e o serviço à comunidade prestados por cidadãos
>nacionais e no espaço da lusofonia.
>Finalmente, conto que, para o ano, se Deus quiser, o nosso filho Afonso, ao
>fazer dez anos esteja presente no seu "primeiro" 1º de Dezembro. Tal como
>sempre eu e a minha família, ele está a ser preparado para servir Portugal.
>
>
>Dom Duarte de Bragança
Carlos
(http://vagueando.blogs.sapo.pt/)
(mailto:c_m_a_n_u_e_l@hotmail.com)
De Amigo a 6 de Dezembro de 2005 às 21:55
Felizmente, naquela altura, ficámos livres dos espanhóis, agora somos invadidos por eles novamente. É em produtos,hipermercados,nos bancos e até no verão nos enchem as nossas cidades. Passa bem!segundavida
(http://segundavida.blogs.sapo.pt/)
(mailto:melo887@sapo.pt)
De Amigo a 3 de Dezembro de 2005 às 21:38
Bom fim de semana. Beijinhos.Maria do Céu Costa
(http://www.maisquepalavras.blogs.sapo.pt)
(mailto:mariaceucosta@sapo.pt)
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