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Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
Sophia de Mello Breyner Andresen
"Devemos oferecer à nossa alma a oportunidade de luxúria."
Henry Miller
Jorge Luis Borges
Escolhi este conto para assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil.
"A princesa e a ervilha"
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Era uma vez um príncipe que queria se casar com uma princesa, mas uma princesa de verdade.
Viajou pelo mundo inteiro, à procura da princesa dos seus sonhos, mas todas as que encontrava tinham algum defeito.
Não é que faltassem princesas, havia de sobra, mas a dificuldade era saber se realmente eram de sangue real.
E o príncipe retornou ao seu castelo, muito triste e desiludido, pois queria muito casar com uma verdadeira princesa.
Uma noite desabou uma tempestade medonha. Chovia muito, com trovoadas, raios, relâmpagos.
De repente bateram à porta do castelo e o rei em pessoa foi atender. Era uma moça, que dizia ser uma princesa.
Mas estava encharcada de tal maneira, os cabelos escorrendo, as roupas molhadas ao corpo, os sapatos quase se desmanchando... que era difícil acreditar que fosse realmente uma princesa real.
A moça tanto afirmou que era uma princesa que a rainha pensou numa forma de provar se o que ela dizia era verdade.
Ordenou que sua criada de confiança empilhasse vinte colchões no quarto de hóspedes e colocou sob eles uma ervilha. Aquela seria a cama da "princesa".
No dia seguinte, a rainha perguntou-lhe como tinha dormido.
— Oh! Não consegui dormir — respondeu a moça.
— Havia algo duro na minha cama, que não me deixou dormir.
O rei, a rainha e o príncipe olharam-se com surpresa.
A moça era realmente uma princesa! Só mesmo uma princesa verdadeira teria pele tão sensível para sentir um grão de ervilha sob vinte colchões!!!
O príncipe casou com a princesa, feliz da vida, a ervilha foi enviada para um museu e ainda deve estar por lá...
Conto escrito por Hans Christian Andersen