José Luis Borges, Cadernos de Poesia (Está a nevar lá fora...é a primeira vez que vejo nevar em Lisboa.
É um espectáculo lindo,"raro e incomum"!)
Lisboa tem casernas catedrais
museus cadeias donos velhos
palavras de joelhos tribunais.
Parada sobre o cais olhando as águas
Lisboa é triste assim cheia de mágoas.
Lisboa tem o sol crucificado
nas armas que em Lisboa estão voltadas
contra as mãos desarmadas -- povo armado
de vento revoltado violas astros
-- meu povo que ninguém verá de rastos.
Lisboa tem o Tejo tem veleiros
e dentro das mãos navios prisioneiros
ai olhos marinheiros -- mar aberto
-- com Lisboa tão longe em Lisboa tão perto.
Lisboa é a palavra dolorosa
Lisboa são seis letras proibidas
seis gaivotas feridas rosa a rosa
Lisboa a desditosa desfolhada
palavra por palavra espada a espada.
Lisboa tem um cravo em cada mão
tem camisas que abril desabotoa
mas em maio Lisboa é uma canção
onde há versos que são cravos vermelhos
Lisboa que ninguém verá de joelhos.
Lisboa a desditosa a violada
a exilada dentro de Lisboa.
E há um braço que voa há uma espada.
E há uma madrugada azul e triste
Lisboa que não morre e que resiste.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Mar sonoro, mar sem fundo mar sem fim. Sophia de Mello B. Andresen, Mar
(in internet)
A tua beleza aumenta quando estamos sós.
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que suponho
Seres um milagre criado para mim.
Amigo é... Amigo é ...díficil explicar, é especial Dedico este momento a um amigo muito especial que partiu num dia um de Janeiro.
Como uma flor sem espinhos.
Amigo é verdadeiro sorriso
Num coração acolhedor.
Amigo é corajoso
E nele podemos confiar.
Amigo é...difícil explicar
E é difícil de esquecer!